Polícia Militar reage com ausência de representantes na Secretaria de Segurança Pública
- Por Pedro Ribeiro (Paraná Portal)
- 3 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Em carta aberta divulgada no início da noite deste domingo nas redes sociais, assinada por quatro entidades representativas da Polícia Militar do Estado do Paraná, seus dirigentes lamentam a desconsideração e desrespeito por parte do governador Ratinho Junior com a ausência de militares estaduais na composição da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
A escolha do coronel do Exército, Rômulo Marinho, para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, fez a Polícia Militar errar o passo na ordem do dia do dia seguinte. O ruído teria sido grande também na Polícia Civil. O desprestígio à PM foi marcado por uma foto da sede da PM no centro da cidade que circula nas redes sociais com os dizeres “aluga-se ou vende-se”, numa clara e evidente mostra de descontentamento com o Palácio Iguaçu.
As associações encerram a carta afirmando que, “no intuito de retomar com a máxima urgência o equilíbrio necessário nas designações/nomeações para os cargos de direção da SESP, várias reuniões serão realizadas nos próximos dias, especialmente com autoridades do Poder Executivo e Legislativo. Também nesse sentido, haverá vigilância permanente para que a segurança da população não seja prejudicada por eventuais descompassos de ordem orçamentária, financeira e administrativa, que dificultem ou inviabilizem a atividade dos Militares Estaduais”.
Quem também reagiu com indignação foi ex-delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Ricardo Noronha. Para ele, a escolha de um coronel do Exército para comandar a área de segurança pública do Paraná “é temorosa porque ele não tem o conhecimento da real situação da criminalidade em um Estado da dimensão do Paraná. É lamentável que o governador tenha agido dessa forma, mesmo sabendo que existem bons coronéis da PM e bons delegados da Polícia Civil com capacidade e experiência para assumir tão importante cargo”, disse.
A PM atende a mais de 70% das ocorrências em todo o Estado e é a única a estar presente nos 399 municípios. Muitas vezes, mesmo sem viaturas, equipamentos de segurança e até falta de alimentação, os policiais militares atendem perto de três mil ocorrências a cada 24 horas. Por isso, continua a nota, a Polícia Militar, que tem em seus quadros bons oficiais com capacidade e conhecimento para assumir a pasta, foram relegados a planos inferiores, disse um coronel do Polícia Militar ao Paraná.
Observamos, em artigo publicado na semana passada, que a área da segurança pública foi o carro-chefe da campanha do governador Ratinho Junior, por ser a que mais preocupa e tira o sono da sociedade. Qualquer pequeno furto, roubo, um homicídio não solucionado de imediato ou mesmo uma pequena onda de violência, em qualquer cidade, a culpa é da “falta de segurança pública” e quem é penalizado por isso é o próprio governador.
Portanto, pesa sobre os ombros do governador a escolha do nome para comandar a área de segurança pública. O próprio chefe do Executivo tem que trazer para si a responsabilidade desse comando sob pena de sofrer as consequências junto aos seus eleitores. Não pode errar.
É precipitado dizer, agora, que o governador Ratinho Junior errou ou acertou na escolha do militar do Exército para conduzir a área de segurança pública e isso só o tempo vai dizer. Mas o ruído foi grande no quartel caqui, enquanto ou verde oliva continua comandando o país.

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